O blogue não tem sido actualizado porque descobri (e este "descobri" deve ser interpretado no mesmo sentido dos Descobrimentos Portugueses, ou seja, a questão não é se a coisa existe, mas sim se um gajo tem os tomates de se jogar à água e, a parte mais divertida, se depois consegue lá chegar para "resolver" aquilo aos nativos) que tinha outras coisas bem mais importantes para actualizar na minha vida.
Mas como ontem passou-me um maremoto ou uma tromba d´água ou lá como é que aquilo se chama, aqui a uns metros de casa (que aliás aproveito para dizer que filmei em muito melhor qualidade e com muito mais estilo do que aquele meu vizinho, cujas imagens por aí circulam) que me fez temer pelo meu mac e respectivo recheio, que reparo agora que está estrategicamente colocado junto a uma bonita e ampla janela a dar para o rio (muito parecida com aquelas que normalmente se vêem todas rebentadas quando lhes passa um tufão ou um vulcão ou lá o que é, por cima), decidi começar a vazar isto (em vez de o mudar de sítio) antes que comece para aí a chover sapos ou venha uma saraivada de cinzas da Islândia, que são tudo coisas a que esta janela não tem ar de conseguir resistir.
Posto isto, tenho aqui umas malhas que nasceram num daqueles fins-de-semana típicos cá para estes lados (embora cada vez mais raros, para grande desgosto dos meus avós) de visita à terra natal, onde não há mais nada para fazer a não ser um gajo enfiar-se na garagem e tocar o mais alto que conseguir. A diferença foi que eu e o meu irmão, Dom Filipe da Graça, decidimos tornar este fim-de-semana mais produtivo, e o objectivo a que nos propusemos foi compor e gravar umas quantas malhas de raiz, o mais directas possíveis e, pormenor importante, que dessem o mínimo de trabalho. Em resumo, primeiros takes e decisões sobre o que fazer só baseadas no nível de diversão que o acto comportava. Podem ouvir aqui a primeira, chama-se "Mar da Palha" e dificilmente podia vir em altura mais certeira, tendo em conta os dias conturbados que por lá se vive (e até lá está o raio da janela). Grunge algarvio, diz quem já ouviu. Charolastrices, digo eu.
(a foto é do João Gambino)