quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Holidays

Houve aqui claramente um gap do último postal para este, não há como escondê-lo. Basta atentar nas datas. Se razões para a ausência tenho muitas, para o regresso tenho mesmo só uma: o genuíno prazer que ainda tenho em escrever aqui. Não sei se são as míudas aí ao lado de naperãos na cabeça (ando há séculos para fazer um restyling disto, mas a verdade é que não consigo), se é a sensação de partilha, se é a sensação de privacidade, ou se, como me disseram no outro dia (merecidamente aliás, a velha estória dos telhados de vidro...), "isso é só porque não tens facebook". Pelo meio houve de tudo, de figuras tristes a enlevos auto-induzidos, de efemérides a funerais, mas acima de tudo, o Natal, o Revelhão e as holidays que os mesmos justificam, ou melhor dizendo, a família, os amigos, e o roquenrole na garagem.
Filipe da Graça continua a dar-me cabazadas na nossa competição privada de quem dá a prenda mais fixe (o gajo está cada vez melhor nisto, mas volto a prometer desforra e para o ano é que é); os velhotes não só já não se queixam de receber prendas como já nem sequer conseguem esconder a ansiedade se não lhes toca logo qualquer coisita; foi dado o primeiro passo rumo ao antigo projecto de C de Croché e Filipe da Graça de oferecer música pelo Natal (a estreia coube à prima Sabrina e pode-se ouvir aí em baixo); Peckinpah aos molhos, porque nada é balanço e resolução ao mesmo tempo como Peckinpah (ou como uma caminhada final e uma troca de sorrisos loucos podem ser uma e a mesma coisa); jams à moda antiga e aquele momento irrepetitível quando se toca pela primeira vez com alguém e se sabe que um dia vamos fazer alguma coisa juntos; a condição humana de que somos todos reféns; a dimensão humana de pedir desculpa por não ter tido condições (lá está a tal condição humana) de interagir mais com as "pessoas"; o surf via LeRoy Grannis e Takeshi Kitano; perceber que um amigo afinal não é o bicho-do-mato que pinta ser, escolheu foi outras praias para frequentar, o que só se pode respeitar (mesmo que se sinta a areia a escorrer de vez pelo meio dos dedos); fechar com arroz de pato extraordinaire e abrir com um mergulho purificador, mesmo que não tenha sido responsável por nenhum dos dois (e ficam aqui os sentidos parabéns aos chefes); rever o sorriso de um puto que merece tudo (e que pelos vistos já anda à procura).
Espero que tenham tido um Bom Natal, um grande Revelhão e que 2011 vá de vento em popa.