É verdade que estéticas e devoções tão inequivocamente assumidas raramente dão grandes resultados. Regra geral, porque servem quase sempre para camuflar a falta de ideias próprias ou de coragem. Não é o que sucede com os Cats on Fire, e aquele que tinha tudo para ser só mais um caso de seguidismo inócuo, transforma-se, quase miraculosamente (se considerarmos a combinação grandes músicas + grandes letras, um milagre), num caso sério de fazedores de elegantes e viciantes canções pope. Como tão bem resume, Mattias Bjorkas (do alto da sua melhor pose morriseyana), em Letters From a Voyage to Sweden: "I can confirm, it's blood, sweat and sperm".