Há não muitos dias, os Pacific! faziam recordar os Human League cá por casa. Mas agora, com o DâM-FunK, é directo à fonte.
quarta-feira, 31 de março de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Guerra e Paz
"A História mais antiga é apenas uma descrição de guerras. A paz não teve momentos suficientemente importantes que fossem dignos de registo."
em Seis Grandes Comandantes, de Theodore Ayrault Dodge
segunda-feira, 29 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Vice-Rei precisa-se
Na esteira do pensamento de Brian Griffin, apercebo-me desse curioso facto de eu estar cada vez mais velho enquanto as miúdas e miúdos do liceu continuam da mesma idade. Reflexão esta, parida ontem à duas da manhã, num McDonald's de Santos assustadoramente parecido com a minha ideia do que terá sido um entreposto comercial nas Índias Orientais. Talvez por viajar na companhia de Diogo Dias, intrépido mas pouco preciso navegador.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Canções de plástico
Boas para desfrutar daquele sol que bate primeiro no rio e depois reflecte, atacando de baixo para cima.
quinta-feira, 25 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Loiricidade
Da mesma maneira que nem todos os dias são de escola (por mais triste que seja a ideia de um dia em que não se aprendeu nada), nem todos os dias são propícios a conversas elevadas. Por vezes, está tudo só no volume elevado do roque ene role e nas conversas que não se conseguem ter com Dum Dum Girls.
terça-feira, 23 de março de 2010
Desígnio
Quer se queira quer não, a promiscuidade é um traço fundamental do carácter desta cidade, a sedutora linha do maxilar que acompanha o rosto mestiço da capital.
Assim o era na atracção manuelina pelo exotismo que chegava em navios de casco carcomido pelo calor das águas equatoriais. Assim o era na generosidade com que El-Rei D. João V mandou edificar um palácio para os meninos de palhavã, o fruto do seu fervor religioso.
Os desígnios, de tão profundos, não se deixam moldar pelas curvas do rio que corre à superfície.
segunda-feira, 22 de março de 2010
Do serviço
Lord Wolfingham: Don Alvarez, we serve each other best when we serve ourselves.
em The Sea Hawk, argumento de Howard Koch e Seton I. Miller
domingo, 21 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
Semana do idoso
Em poucos dias, lição de contradição, terceira idade style. Do velhote que roubava um quilo de laranjas no Continente enquanto o caixa se entretinha a registar as suas restantes compras, as legitimamente adquiridas, devidamente supervisionado pela sua esposa, à velhota que jazia semi-inconsciente nas escadas de um prédio, que quase levou comigo também em cima. Ajudei a senhora que tinha caído e não me chibei do gatuno de ocasião, naturalmente. Também tenho familiares idosos e sei lá se não precisam de uma mãozinha uma vez por outra ou o que é que andam a fazer pelos supermercados da sua terra.
sexta-feira, 19 de março de 2010
quinta-feira, 18 de março de 2010
Portobello
H.
Descobri muito recentemente o trabalho da fotógrafa Patricia Almeida, e graças ao facto curioso de um dos seus últimos projectos, Portobello, que foi editado em livro em 2009 e que lhe valeu ser um dos finalistas do último BES Photo, ser praticamente todo executado em Albufeira, a minha terra natal.
Tanto nesse como nos outros projectos, dificilmente se fica indiferente à força das suas fotografias, quer os retratos quer as paisagens, ambos de uma precisão estonteante. Como é que chama aquela coisa que fica lá no meio? O coração da coisa? Âmago...? Exactamente, é isso mesmo, o âmago! É que a câmera dela só consegue fotografar isso. Tudo o resto, o que paira à volta, não lhe parece interessar.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Jagjaguwar
Quando ouvia o novo Besnard Lakes, dei por mim a viajar no tempo, até há uns bons anos atrás, quando a Jagjaguwar irrompeu pela minha vida adentro, abrindo as brechas por onde viria a passar a devastação desses mesmos Besnard Lakes, o ecletismo roque ene role dos Oneida, os riffs gordos dos Black Mountain (ai, aquele primeiro disco), ou a versão rosa cósmica dessa montanha, com os Pink Mountaintops (demonstração de puro controlo aqui, ao não me alongar sobre o homem que partilha as suas conversas com Deus como se fosse um líder de um cartel colombiano), entre muitas outras coisas.
Parecia que estava destinada a salvar o mundo mas veio-se a verificar que o mundo afinal não precisava de ser salvo (ou não tinha salvação?, sinceramente, já não me lembro, mas em minha defesa, o mundo, quando quer, pode ser um gajo de humores). É um manto quente de conforto que me envolve, ao reencontrar gente que ainda acredita que certas coisas, embora possam ser ditas de outra maneira, não precisam: The Besnard Lakes are The Roaring Night.
Parecia que estava destinada a salvar o mundo mas veio-se a verificar que o mundo afinal não precisava de ser salvo (ou não tinha salvação?, sinceramente, já não me lembro, mas em minha defesa, o mundo, quando quer, pode ser um gajo de humores). É um manto quente de conforto que me envolve, ao reencontrar gente que ainda acredita que certas coisas, embora possam ser ditas de outra maneira, não precisam: The Besnard Lakes are The Roaring Night.
terça-feira, 16 de março de 2010
I wore my fringe like Roger McGuinn's
Razão tinha o Edwyn Collins. Também quero uns óculinhos rectangulares e umas franjas a compor o casaco. E por estes dias, tudo o que me apetece realmente fazer é um triplo álbum com música dos outros.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Livro dos pensamentos
João de Deus: Pensa-se muito quando, para onde quer que nos viremos, encontramos sempre quatro intermináveis monótonas paredes. Tento que não caias, digo de mim para mim. E se cair, nunca te esqueças que também se aprende a cair. A carne é fraca mas o vento paira livremente sobre as águas.
em As Bodas de Deus, argumento de João César Monteiro
domingo, 14 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Sangue na guelra
Depois da década mais monótona de que há memória, a fórmula mágica parece querer voltar a comportar-se como a digna sucessora do legado de génios como Piquet. Tenho para mim, que mais regras menos regras, o que a F1 precisava mesmo, era de voltar a encher o circo de brasileiros, franceses e italianos. Mais fumo e menos gelo na pista.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Quanto à questão The Wire vs. Oz
Meu amigo, não há questão, obviamente. Mas tenho pena que o talento da Rita Moreno tenha sido encarcerado em Emerald City (mesmo que seja uma prisão a brincar, ou lá o que é aquilo), em vez de correr livre pelas ruas de Baltimore. E até tens o J.D.Williams no The Wire também, a diferença é que aí interpreta uma das personagens mais interessantes de sempre da história da televisão - my brother, Bodie - em vez de mais um recluso anónimo. Fica ao teu critério.
Ah, e já me esquecia, quando o Rebadow e o Busmalis acabarem o tal túnel, dá-me um toque que eu estou curioso para ver como é que isso resulta. Pode ser que tenham a sorte de os levar até Baltimore, right into the middle of "The Game" (se tudo correr normalmente na tua vida, um dia perceberás o que isto quer dizer).
quinta-feira, 11 de março de 2010
A última falta
Ontem bebia um café com um amigo, convencido que aquela fase da minha vida em que faltava ou chegava atrasado a aulas, ou até a outra posterior, em que o entusiasmo caminhava comigo ao longo da Avenida do Brasil e Alameda da Universidade, estavam mais que terminadas. Depois abri o Público, onde descobri que às 16:00 começava, na Nova, a última aula de José Gil, naturalmente aberta a todos. Depois olhei para o telemóvel, onde descobri que eram 16:40. José Gil não foi meu professor mas foi, ou seja, só não o foi directamente (curso certo, universidade errada), mas continuo a achar que aquilo que com ele aprendi (e continuo a aprender) me deveria ter valido uma data de créditos. O tema da última aula, nas palavras do próprio: "Coisas que interessam ou deveriam interessar a comunidade artística e os que se interessam por arte. Esta, não há encarregado de educação no mundo que a justifique.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Capitão América
Graças à recente febre pelo Easy Rider que atingiu a zona da feira da ladra (ou a falta de apreço pela edição a transformar-se em paixão), não há maneira de tirar isto da cabeça. Bendito sejas phaser, entre os efeitos!
terça-feira, 9 de março de 2010
Vozes
Num curto espaço de tempo, três filmes: The Magnificent Ambersons, A Letter to Three Wives e The Informant, que não podiam ser mais diferentes entre si mas que partilham a utilização exímia da voz-off, embora de formas bem diferentes: clássica no filme de Welles, contextualizando e preenchendo os saltos narrativos decorrentes de uma estória que se espraia por vários anos; ilusória no filme de Mankiewicz, manipulando a nossa percepção de ficção dentro da ficção; caracterizadora no filme de Soderbergh, construindo tranquilamente a personagem, espécie de raio de luz no magnífico jogo de espelhos em que esta se move. Infelizmente, nem todos podem ter a voz de Orson Welles.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Mark Linkous
Não costuma haver obituários aqui para estes lados, mas hoje era impossível de evitar. Mark Linkous suicidou-se, e a verdade é que isto só é uma surpresa devido a essa capacidade que temos, tão fantástica, de nos habituarmos à carga trágica que algumas pessoas transportam consigo, ao ponto de perdermos a noção do quão inevitável certos desfechos são. Agora que penso nisso, os seus Sparklehorse, talvez fossem a única banda, daquelas que era sonho antigo um dia ver ao vivo, e que não cheguei a ver, que não deixaram o desejo esmorecer, bem pelo contrário, com o passar dos anos. Mark já tinha tentado suicidar-se em 96, e a experiência de quase-morte daí resultante, teve um tremendo impacto na sua vida e consequentemente na sua música. Em 2001, editou It's a Wonderful Life, uma obra-prima, a estrela mais cintilante da constelação Sparklehorse, e álbum a que volto regularmente. Mark pegou na pistola e apontou. Mas não à cabeça, ao coração.
domingo, 7 de março de 2010
sábado, 6 de março de 2010
A (não tão) longínqua China
Distâncias espácio-temporais são mais relativas que os méritos, ou a falta deles, do Contra (não me lixem, não podem estar mesmo a compará-lo à detonação nuclear que foi o primeiro disco, relembro que falamos da rodela que partiu o queixo até a quem sempre detestou o Paul Simon dos oitentas ou o raio dos Police). Retomando a linha de pensamento: porque depois de ultrapassada a surpresa ou o desconforto que algum recalcado sentimento de culpa possa causar, percebe-se que há pessoas com que pura e simplesmente sempre foi fácil falar. E será sempre.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Bifes
A proximidade geográfica com os turcos Hayvanlar Alemi (em termos de ai melodias, entenda-se) e a mistura da falta de pachorra para descobrir coisas novas com a pouca vontade de ouvir as novidades mais em destaque nos sítios do costume (efeito secundário habitual cá por casa quando a produção musical está mais em alta), levou-me na direcção dos Hefner. E até agora, não tenho razão de queixa deste regresso. Estes bifes não são os maiores génios da história pópe (mas também não quiseram ser, o que por si só merece um ponto extra), e algumas canções não envelheceram tão bem quanto isso, embora, curiosamente, soem menos datadas quanto mais antigas são (mais uns que caíram na terrível esparrela das electrónicas dos finais de noventa), mas as letras do Darren Hayman - afinal de contas, aquilo que sempre distinguiu os Hefner de uma porrada de outras bandas - continuam donas de um humor tão mordaz como sempre, e é ver os sorrisos a brotarem espontaneamente pela sala, perante refrões deste calibre: "I'm gonna make myself go blind tonight, I'm gonna build a shrine to the wasted days, I'm gonna make myself soooo blind tonight".
quinta-feira, 4 de março de 2010
Passa-me a bola
É, como diz o cliché, redonda, ou seja, imprevisível. Mas nós que vimos o México 86 em televisores inspirados sabemos, melhor que ninguém, o que se pode fazer com ela. Passa-me a bola, tu sabes o quanto eu valho.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Dias de psicadelismo otomano
Um destes dias, Dom Filipe da Graça enviou-me um link para este maispeice. Ainda não houve um dia, desde esse dia, que não tenha lá passado boa parte do dia. Hoje foi o dia de arranjar os discos. Foi em boa hora que chegou esse belo dia!
terça-feira, 2 de março de 2010
Ponto rebuçado
A Letter to Three Wives é um daqueles filmes de um cineasta em ponto rebuçado. Quando um homem olha para uma câmara, para um guião, para os seus actores, e os vê no seu estado mais puro, um código que ele decifra só com o olhar, que se move a uma velocidade épica, enquanto ele acelera por entres as falhas do sistema.
Sem nunca despir completamente o manto de comédia clássica (embora não tenha o "Lubitsch Touch", como lembrava, e bem, João Bénard da Costa), consegue ao mesmo tempo pegar nas mais básicas convenções do cinema e, orgulhosamente, virá-las do avesso. Estão a ver aqueles filmes que nos impressionam pela subtileza com que a sua inteligência nos vai levando sem nunca se expor demasiado? A Letter to Three Wives é exactamente o contrário. Sabe que é inteligente e faz questão que nós o saibamos também, esfregando-nos a sua superioridade na cara. E ficamos a olhar para ele como se olha para aquela arrogância, pela qual não queremos admitir, que lá no fundo, temos um fraquinho, porque a sentimos plenamente justificada.
Da maravilhosa voz-off, que não manipula o filme, mas, coisa bem diferente, a nossa percepção do filme, aparecendo por exemplo a examinar as suas próprias acções (sendo ela a personagem ausente do filme) mas de uma perspectiva totalmente descomprometida, ou inclusive a responder à letra a diálogos entre outras personagens (uma espécie de segundo realizador ou a voz do realizador, como muitos já disseram), à desconstrução dos flashbacks (que por mais que o aparentem, de clássicos não têm nada), entre outras coisas, através de uma utilização genial do som, resulta um filme em absoluto estado de graça, valendo os primeiros óscares de melhor realizador e de melhor argumento, em 1950 (perdendo o de melhor filme para o melhor Rossen, All the King's Men), a um homem que tendo começado como argumentista, aventurado-se mais tarde na produção, para depois finalmente chegar à realização, ainda foi a tempo de se tornar um dos maiores realizadores de sempre: Joseph L. Mankiewicz.
Nota: por falar em estado de graça, em 1951, no ano seguinte portanto, com All About Eve, ganharia novamente os mesmos dois óscares.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Tempo
Stranger: When you get to the right place, with the right people...quarter this. You know, this could be the right place. Your time's running out.
Billy: Hey, man! If we're going, we're going! Let's go!
Wyatt: I'm hip about time. But I just got to go.
Billy: Hey, man! If we're going, we're going! Let's go!
Wyatt: I'm hip about time. But I just got to go.
em Easy Rider, argumento de Peter Fonda, Dennis Hopper e Terry Southern
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