A proximidade geográfica com os turcos Hayvanlar Alemi (em termos de ai melodias, entenda-se) e a mistura da falta de pachorra para descobrir coisas novas com a pouca vontade de ouvir as novidades mais em destaque nos sítios do costume (efeito secundário habitual cá por casa quando a produção musical está mais em alta), levou-me na direcção dos Hefner. E até agora, não tenho razão de queixa deste regresso. Estes bifes não são os maiores génios da história pópe (mas também não quiseram ser, o que por si só merece um ponto extra), e algumas canções não envelheceram tão bem quanto isso, embora, curiosamente, soem menos datadas quanto mais antigas são (mais uns que caíram na terrível esparrela das electrónicas dos finais de noventa), mas as letras do Darren Hayman - afinal de contas, aquilo que sempre distinguiu os Hefner de uma porrada de outras bandas - continuam donas de um humor tão mordaz como sempre, e é ver os sorrisos a brotarem espontaneamente pela sala, perante refrões deste calibre: "I'm gonna make myself go blind tonight, I'm gonna build a shrine to the wasted days, I'm gonna make myself soooo blind tonight".