domingo, 28 de fevereiro de 2010

Libertado pela guerra

 
Georges Braque "Le Portugais" (1912)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

In Anthímio we trust

Anthímio de Azevedo, o verdadeiro santo da meteorologia,  diz que não há necessidade de pânicos, é só uma "bomba meteorológica". Estrada com eles, então.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

One trick pony

Há muito tempo que não os ouvia, para aí desde quando nos Verões cheio de sol, as t-shirts mais fixes ainda diziam Santa Cruz, since 1952. Vieram a revelar-se um one trick pony, mas quantos de nós não podem ser acusados do mesmo?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pós-cidadania

 

Depois de se ver Citizen Kane pela primeira vez, há uma tendência quase fatal para se minimizar o resto da obra de Orson Welles. Uma daquelas coisas quase inconscientes perante o assombro de cinema que se acabou de ver. A mim aconteceu-me precisamente isso, e pergunto, como não fazê-lo? Todo o mito que envolve tanto o homem como o filme e que muito dificilmente não nos chega primeiro do que a obra propriamente dita, para não falar do pormenor do raio da película, pura e simplesmente, suportar essa expectativa com uma perna às costas e inclusive superá-la sem suar, torna-o realmente impossível. Quanto muito, no auge do encantamento, pensa-se em revê-lo e não em ir à procura de outro filme de Welles.
Mas a verdade é que Citizen Kane é a primeira longa de um gajo que a escreveu, realizou e interpretou, portanto, das duas uma, ou foi um gigantesco (e gigantesco é um eufemismo) golpe de sorte ou tem que haver mais qualquer coisa na restante carreira do homem, por menos ortodoxa que esta tenha sido. Ao longo dos tempos, fui tentando livrar-me desse hipnotismo (embora não tão esforçadamente como gostaria) e vasculhar por outro tesouro na sua filmografia: Mr. Arkadin, The Trial (belíssima adaptação de Kafka com Anthony Perkins) ou o jogo de espelhos de The Lady From Shanghai, e embora não passe despercebida a marca de Welles em muitos desses filmes, são candidatos perfeitos àquele velho cliché que diz que "um .... menor continua a ser melhor que a maioria".
Até que muito recentemente, ele me apareceu: The Magnificent Ambersons, de 1942, ou seja, a longa-metragem imediatamente a seguir à de estreia, facto cronológico que não será pura coincidência. Não obstante a estória não ser tão imediatamente apelativa quanto a do cidadão, são 88 minutos estrondosos por si só, que refinam, e atrevo-me a dizer, levam ainda mais longe todos os predicados que fizeram e continuam a fazer de Citizen Kane um dos mais importantes marcos da sétima arte. Desde a exploração da narrativa não-linear, que ainda fascina, e neste caso não tanto pela progressão sedutora que esses saltos narrativos vão tecendo (algo a que estamos mais que habituados hoje em dia), mas pela suavidade com que são feitos, cometendo a proeza de nos levar de registos puramente dickenianos a outros quasi-expressionistas sem que o cheguemos a estranhar, à edição (sim bro, é mais criativa do que eu queria admitir), ou à simples arte de decidir onde colocar a câmara, independentemente do movimento que possa vir a executar (em Welles o ponto de partida é sempre mais importante que o de chegada), está lá tudo. Que repousasse há uns anos na minha estante enquanto o procurava por todo o lado é só a rosebud no topo do bolo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grandes malhas

Em poucos dias, Autumn Sweater na Aula Magna e Police Sweater Blood Vow no Santiago Alquimista. É o último estertor de um moribundo Inverno. Espero eu.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Pequenos considerandos

Não é preciso ler uma entrevista de Jonathan Littell para perceber que é um dos maiores cabrões vivos, e digo isto como um semi-elogio. Imagino-o como uma espécie de nazi que não o consegue ser porque quando era pequeno passou num beco escuro e foi "aliviado" por uns escroques de todo o fascismo e respectivos efeitos secundários. Escroques estes, a quem jurou não descansar enquanto não obtivesse a sua vingança. Para além disso, nas primeiras cinquenta páginas de As Benevolentes, põe no papel a mais perfeita introdução de uma personagem, de um Homem, no limbo: capaz de tudo, mas mesmo tudo, e sem força para fazer seja o que for. 
Os Real Estate mostraram na sexta, o porquê de serem a minha banda favorita do momento (exequo com os demos das malhas do Filipe da Graça que ai vêm, admito). Não por terem dado o melhor concerto do mundo, ou por a empatia com o público ter sido fantástica (epifanias e coisas assim já deram o que tinham a dar e já percebi que os responsáveis pelas mesmas não são as bandas e os fabulosos concertos que possam dar, somos nós quando precisamos de uma), mas pela "normalidade" dos membros da banda, pelo não-show que deram e por aqueles sorrisos cúmplices que trocaram quando o baixista falhou o tempo de entrada numa canção. Canções com aquela carga emocional, recusar-me-ia a aceitar que fossem tocadas de outra maneira.
Por falar em concertos, desde o sábado no Maxime e da conversa sexta de um oficial da nossa marinha que o bichinho morde ainda com mais força. Tenho definitivamente de alimentá-lo.
Ah, e este blogue, uma destas noites, esteve à beira de se tornar bem mais pessoal, demasiado até. Em vez disso, abri a porta a companhia tardia, deitei-a na cama ao meu lado e dei-lhe a ver um Renoir que achei apropriado: La Grande Illusion.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ruão

Charles Angrand "Couple dans la rue" (1887)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Toccata

"Tal como os meus amores masculinos: a realidade, não coro ao dizê-lo, é que teria preferido decerto ser uma mulher. Não necessariamente uma mulher que vivesse e agisse neste mundo, uma esposa, uma mãe; não, uma mulher nua, deitada de costas, com as pernas abertas, esmagada sob o peso de um homem, agarrada a ele e trespassada por ele, afogada nele e tornando-se o mar sem limites em que ele mesmo se afoga, prazer sem fim, e sem princípio também. Ora não foi assim. Em vez disso, dei comigo jurista, funcionário da segurança, oficial SS, e depois director de uma fábrica de rendas. É triste, mas é como é."

em As Benevolentes, de Jonathan Littell

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vai haver valsa e tudo


Amanhã à noite vou estar no Maxime a acompanhar a Maçã de Prata. Juntei-me à sua talentosa comitiva há pouco mas cada ensaio tem sido como os passeios dos Kraftwerk pela autobahn: fun, fun, fun. Acho, muito sinceramente, que deviam ir também. Não por mim, mas porque os desabafos da menina Cheila são um regalo de ouvir e também porque, logo de seguida, O Cão da Morte oferta as suas Trovas Intravenosas em primeiríssima mão.
 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobrevivência

Afinal de contas é do que se trata, ano após ano. Por vezes também se tem de comer umas coisas menos cozinhadas do que se desejava, engolir uns sapos, resistir a intempéries ou ultrapassar as nossas fobias, mas nada que o engenho e a determinação não vá resolvendo. E quantos mais amigos para ajudar, mais fácil fica a tarefa, claro.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Prata da casa, Pt.3

Na esperada conclusão, Conversas Vadias e latidos de acompanhamento.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Já faltou mais, bro

Foto de Glen E. Friedman

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Yeasayer-1 Naysayer-0

A capa que esperava ver por esta altura ali ao lado era a de Fight Softly, o novo disco dos Ruby Suns, os responsáveis, aqui há uns anos, por uma das paixões mais assolapadas e unânimes na minha casa com o belíssimo Sea Lion. No entanto, a primeira audição deixou muito pouca força anímica para a repetir tão cedo, fruto também de pelo caminho se ter metido o novo Yeasayer, de seu nome Odd Blood (cuja capa eu dispensava bem o prazer de ali ter). Quando Ambling Alp, o primeiro single, me chegou aos ouvidos há coisa de um mês e picos, embora interessante, não criou uma excitação por aí além (e o vídeo também não ajudou, a estética excessiva destes gajos definitivamente não é para mim), mas agora que saiu o disco, a dança é outra. A marca é Yeasayer, não  tem nada que enganar: álbum desequilibrado como o anterior (who cares?) e algures lá pelo meio algumas das melhores canções do ano. Madder Red, neste preciso momento em que o escrevo, é a melhor canção do mundo. Não tenho dúvidas.
 

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O romântico, claro

Eugène Delacroix "Chevaux Arabes se Battant dans une Écurie" (1860)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O caminho para Villa Arpel

Serviu o facto de sexta-feira ter estado um Tati a um preço tão convidativo nas bancas para cair numa daquelas conversas do costume, em que todos dizem repetidamente (com um ar de grandes conhecedores, claro) que é muito bom que aconteça, que vai dar a conhecer este génio do cinema a muita gente que se calhar, não fosse o preço tão amigo, nunca o faria, etc, etc, etc...
Mas o que eu gostava mesmo era que desta vez, mais do que dar a conhecer a magia de Tati aos putos,  aos curiosos, aos aspirantes a cineastas e outros que tais, que tomam agora contacto com Tati pela primeira vez, que fossem os já conhecedores a revê-lo, mas sem aquela grande angular com que, regra geral, muitos deles vêem todos os filmes, para aí desde que foram à cinemateca pela primeira vez. Deixando de parte a preocupação excessiva de o enquadrar na big picture, de o contextualizar, soltando as amarras e deixando-se flutuar pelo mundo maravilhoso que Jacques nos deixou. Porque as lições que reclamam ter-lhes sido ensinadas por Tati não se notam, bem pelo contrário, em nada do que escrevem ou realizam. Alguém, algures no tempo, terá dito que mesmo que o Sr. Hulot falasse, Tati teria tido o génio de o calar na sala de edição. Embora seja uma imagem de uma mecânica tão cruel quanto censuradora (e tão anti-Tatiana afinal de contas), é eficaz naquilo que nos diz da dinâmica entre os diálogos e as personagens. Há muito menos tempo que no exemplo anterior, alguém me dizia que as personagens que mais gostava são as que se dão a conhecer pelo que não dizem ou pelo que dizem em excesso. O mundo está cada vez mais cool e o cinema foi em grande parte tomado por essa fixeza, no entanto, esse fetichismo pelos diálogos witty foi chão que já deu uvas há muito, e se nos dignarmos a olhar para o calendário, o Reservoir Dogs e o Pulp Fiction já foram há mais de 15 anos (refiro Tarantino porque é a expressão máxima do cool, e também porque embora não seja o seu maior fã, reconheço que o seu cinema tem coisas que os sucedâneos que gerou não têm). Eu digo que se o Sr. Hulot falasse, falaria que se desunharia, pelos cotovelos, por todos os lados, e nunca, mas nem uma vez, diria qualquer coisa espirituosa, e seria tão, tão cool.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Espectros

Peguei em Hometowns dos The Rural Alberta Advantage um pouco por acaso, e a primeira audição (em modo acompanhamento sonoro), verdade seja dita, não produziu grande reacção, para além de algum desconforto. Só mais tarde, quando voltei a passar os ouvidos por eles, tentando apurar as razões do tal desconforto provocado por estes três canadianos (e também para ouvir aquelas baterias deliciosas bem cá à frente, admito), é que finalmente juntei um mais um e percebi de onde vinham aquelas estórias e respectiva banda-sonora: do fantasma de Jeff Mangum e dos seus Neutral Milk Hotel, que paira, imponente, sobre cada uma destas cantigas. E não é que depois de se tirar o elefante da sala e de se resolver as questões paranormais, o disco vai crescendo e crescendo e pedindo cada vez mais audições? E logo eu, que nunca acreditei em fantasmas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O meu preço

" - Espero que goste tanto dela que a compre. Já estou a ficar farta de tanta gente que enche a casa de lama e depois se decide por outra coisa. É uma casa encantadora e tudo funciona bem - terá de acreditar na minha palavra -, mas sei que há por aqui gente que vende casas com instalações perigosas, fossas sépticas sem escoamento, canalizações obsoletas e telhados que não vedam. Aqui não há nada disso. Antes de falecer, o meu marido certificou-se de que estava tudo em perfeita ordem, e o único motivo por que vendo a casa é porque para mim não há aqui nada, agora que ele partiu. Absolutamente nada. Num lugar como este não existe nada para uma mulher sozinha. Em termos de tribo, é como uma tribo normal. Viúvas, divorciadas, homens sozinhos, os anciães da tribo correm com eles todos. Cinquenta e sete é o meu preço. Não é o preço que peço, é o meu preço final. Investimos aqui vinte mil e o meu marido pintou-a todos os anos, até morrer. Em Janeiro pintava a cozinha. Quer dizer, as sábados e domingos e aos serões. Depois pintava o vestíbulo e a sala de estar, a sala de jantar e os quartos de cama, e depois, em Janeiro seguinte recomeçava de novo pela cozinha. No dia em que faleceu estava a pintar a sala de jantar. Eu estava no andar de cima. Quando digo que ele faleceu, não quero que pensem que morreu durante o sono. Enquanto estava a pintar eu ouvi-o falar sozinho. - Já não aguento mais -, disse ele. Continuo sem saber a que se referia. Depois saiu para o jardim e deu um tiro na cabeça. Foi nessa altura que descobri a espécie de vizinhos que tinha."

em Bullet Park, de John Cheever

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Prata da casa, Pt.2

A continuação, desta feita com uma música nova: O Fittipaldi das Chaimites.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Priberam revisto

Ducktailzar, v. intr. fazer música em casa filtrando todos os instrumentos por um Roland Micro Cube inclusive as batidas manhosas; fazer música no quarto. (De ducktails+-ar).

Nota: verbo que terá nascido e morrido no início de 2010 na zona da Feira da Ladra, em Lisboa. Era comum, na altura, ouvi-lo ser empregue em expressões como: "Chefe, esse teclado era perfeito para eu ducktailzar, mas isso é muito dinheiro. Não dá para fazer um jeitinho?" ou " Desculpa, é que ontem ducktailzamos até às tantas."

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Nova Jérsia rock city

Um gajo sabe que andou a ouvir demasiado Springsteen quando começa a ficar nostálgico em relação a sítios e situações em que nunca esteve.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

O professor

William Merritt Chase "Idle Hours" (1894)

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eternal popular songs

Diz o Ramos, e bem, que no meio desta catadupa de concertos sedutores, optar, e mais que isso, priorizar, é a palavra de ordem. É preciso manter a cabeça fria e saber inventar estoicidade onde ela não existe, porque, até à hora de abrirem as portas, a tentação não se deixa adormecer.
Curiosamente, um factor de peso na minha escolha dos concertos que não posso perder, é exactamente o mesmo que o ajuda a ele a encontrar algum conforto na decisão de os descartar: o facto de já ter visto as bandas anteriormente. No meu caso, falo dos Sonic Youth e dos Yo La Tengo, duas bandas com as quais contrai uma dívida eterna, por não ter dado a devida atenção aos concertos de ambos em 1998, a que assisti no Sudoeste (era puto e havia tantas coisas para experimentar, sendo a música só mais uma delas, e verdade seja dita, o facto dos Yo La Tengo terem passado basicamente o concerto inteiro de costas para o público, pouco ou nada cantando, também não deve ter ajudado). Escusado será dizer, que pouco tempo depois, quando descobri a sério as duas bandas, deu-se para aqui um nó qualquer que ainda não se desatou, e embora já tenha tido oportunidade de voltar a rever os Yo La Tengo, o meu calendário e o da juventude sónica manteve-se desencontrado até hoje (e seja como for, a dívida é eterna, como eu já disse e como os próprios sónicos fizeram questão de me relembrar no último disco).
O bilhete para os Yo La Tengo já cá canta há uns tempos mas é capaz de ser melhor despachar-me com o dos Sonic, antes que me lixe. Quanto aos Grizzly Bear, acho que vou optar pelo processo típico de auto-endrominanço, vou andar indeciso durante uns tempos, a matutar se hei-de ir ou não, e depois quando me derem a notícia de que já esgotou, fico muito desiludido (para aí durante meia-hora). Boas escolhas.

p.s. - embora de um campeonato diferente, quer a nível financeiro quer a nível da euforia gerada, o concerto dos Real Estate na ZDB é, obviamente, imperdível.
   

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Do intervalo entre dois pontos

De Lisboa a Osaka vão onze mil e setenta e nove quilómetros. Eu sei. Eu fiz as contas.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Prata da Casa

Esta é a parte um de uma série de três vídeos do registo de uma passeata minha pela Ilha de Faro no final do Verão de 2009. Com o selo Picos Gémeos, claro está. Para a semana, parte dois.

 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Evoluir

Por vezes não há nada como a necessidade de mudança de um músico. Experimentar outros sons, outros processos, revoltar-se contra os rótulos que insistem em atribuir-lhe, enfim, mostrar ao mundo (deve ler-se ego) que o seu  imenso talento não pode ser enclausurado. De que outra maneira é que ele se poderia espalhar ao comprido para depois voltar a fazer grandes discos (como antes, mas agora acompanhados de uma revigorante sensação de evolução)? Minor Love, do Adam Green, é um belíssimo álbum. O anterior, Sixes & Sevens, é o álbum a quem temos de agradecer.
 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Versalhes vs. Stonehenge

De dia, a hiper-ultra-mega produção hi-fi dos Phoenix brilha no aipode e recebe o rei sol em todo o seu esplendor. À noite, os rituais ancestrais pagãos dos Sunn o))) perscrutam os cantos mais recônditos da alma.
   

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

The great swiss novel

David Foster Wallace, por onde quer que ande, teria gostado da final de ontem. Da piada infinita que é aquele rio de talento desperdiçado, uma geração inteira que vai desaguando aos pés de Roger.