Torpedo norte-coreano. Pensem nisso. É um mar de vantagens: não falha; não deixa os comentadores da CNN a noite toda desorientados a comentar umas imagens subaquáticas de uma mancha negra de petróleo onde se vê vagamente um braço mecânico de cinco em cinco minutos, a fazer ninguém sabe muito bem o quê; os chineses apoiam (e temos de agradar aos chineses, afinal de contas eles são os nossos novos donos, embora não perceba muito bem em que medida é que eles se relacionam com os chineses que eu conheço: os das lojas e os dos restaurantes, mas isso é outra estória); só os chatos do sul-coreanos é que vêm choramingar depois, e a esses ninguém percebe; Israel anda mortinha por assumir sozinha o fardo de ser a vilã mundial, portanto, o poder também não caí na rua; e a melhor parte, o assunto morre e sobra mais espaço nos jornais e TV para o campeonato do mundo (competição em que o Ronaldo e o Black Eyed Peas vão participar e que o Mourinho, inexplicavelmente, parece não ter hipóteses de abarbatar) e para o Jorge Jesus explicar como é que vai ganhar a Champions para o ano (embora aqui se aplique em parte a questão dos sul-coreanos).