sexta-feira, 12 de junho de 2009

Concluso

" - Umas rédeas - digo. Levanto-as de encontro à janela e olho-as através da luz. Não é nada invulgar; apenas uma brida de cabedal escuro e velho. Não percebo muito disso. Mas sei que uma parte encaixa na boca - é o freio. É feito de aço. As rédeas passam por cima da cabeça e continuam pelo pescoço onde são depois presas entre os dedos. O cavaleiro puxa as rédeas para um lado ou para o outro e o cavalo vira-se. É simples. O freio é pesado e frio. Se uma pessoa tivesse de usar uma coisa daquelas entre os dentes, depressa aprenderia. Quando se sentisse o puxão, sabia que tinha chegado a altura. Sabia que ia para algum sítio."

em As Rédeas, de Raymond Carver