Quando muito puto, sequestrava a máquina fotográfica de serviço durante as férias em família, auto-intitulando-me o rei do clique, fazia-o em grande parte devido a esta canção. O meu estrangeiro, ainda a dar os primeiros passos, não me permitia decifrar tudo o que os ídolos do meu pai cantavam (e as traduções adulteradas que os meus progenitores me tentavam impingir também não convenciam), mas não valia a pena virem-me dizer que não havia qualquer coisa de perigoso em frases como all the crap I learned back in high school, no pulsar daquela canção que se impunha ao primeiro acorde.
Ensinou-me que havia um sedutor mundo de possibilidades por detrás de cada câmera, e que, sofregamente, também eu iria procurar as minhas nice bright colours, os meus greens of summers, os meus sunny days.
Ensinou-me que havia um sedutor mundo de possibilidades por detrás de cada câmera, e que, sofregamente, também eu iria procurar as minhas nice bright colours, os meus greens of summers, os meus sunny days.
E aquela frase final, Mamma, don't take my Kodrachrome away, em repetição ad eternum na cabeça de um puto, sem um se faz favor que fosse a acompanhá-la, não era um pedido, era um grito, talvez o primeiro grito de rebeldia que alguma vez me chegou aos ouvidos.