O último do Fachada pela fresquinha, algures entre a cama e o primeiro mergulho no mar, para ir sacando as ramelas e ir espreitando o mundo, por entre estórias da, por esses dias, distante capital, fachada style (por mais que não se esteja sintonizado no modo irónico a essa hora do dia, aquele ritmo e aquela melodia dão umas boas-vindas muito eficazes).
Odd Blood, dos Yeasayer (disco a que já não contava voltar - I blame it on the vídeo para Madder Red, a melhor canção do disco finalmente feita single), a seguir ao almoço, perfeito para a dupla tarefa de digerir o peixinho grelhado e a salada sem nunca deixar deixar cair os níveis de energia para aquele estado comatoso, que muitas vezes acaba em escaldão. Esse momento chegará mais à frente. O da soneca, não o do escaldão.
At Echo Lake, dos Woods, é o disco por excelência para aquele período compreendido entre "já não queima" e "porra, é bué tarde, baza tomar banho e jantar". De preferência em movimento, de preferência com os cabelos ao vento, corpo quente, travo a sal na boca, com o volume alto suficiente para incomodar os outros (é um disco para partilhar, sem dúvida) mas controlado o suficiente para não distorcer guitarras tão preciosas. Chega o prometido momento: a última faixa deve ser ouvida na rede na varanda, deixando escapar por entre dentes, a intenção de ir tomar banho, enquanto se adormece (é também o momento por excelência do dia para se receber sinceramente alguém nos braços, e como dizia há pouco, para acordar já bem depois da hora recomendada para jantar). Conselho de amigo: se a letra de Time Fading Lines não estiver decorada pelo fim das férias, é de ir ao neurologista.
King of the Beach, de Wavves, ao contrário do que o nome possa sugerir, não é disco nem para a praia nem para horários diurnos, é para a noite: cerrada, eufórica, daquelas de antes quebrar que torcer. Coros perfeitos para cantar em grupo e não menos perfeitos para desafinar em grupo, a partir de uma determinada hora ou quantidade de álcool, conforme o que se atingir primeiro. Na competição inevitável com Crazy for You, dos Best Coast, pelo título oficioso de disco supra-sumo do Verão de 2010 (e não é só por causa do raio do gato, não, eu nem gosto de gatos) sai vencedor por uma margem bem grandota (onde Crazy For You é só atmosfera, King of the Beach é nervo).