Os Naperãos não são a banda mais coesa do mundo (não ensaiam o suficiente) nem ensaiam o suficiente (não gostam muito de mim), e nem sequer gostam muito de mim (por causa das músicas que os faço tocar). Os Naperãos usam penas às cores no cabelo, não por serem pavões (embora por vezes se pavoneiem) mas porque gostavam de ser uma espécie de Julian Casablancas, se o mesmo fosse filho bastardo da Patti Smith (o que até não é assim tão improvável) e do Keith Richards (menos provável, desconfio do efeito que uma vida de calças tão justas terão na fertilidade dum homem). Os Naperãos não acreditam que a cantiga seja uma arma mas que baquetas e guitarras o são certamente. Um dos Naperãos usa regularmente uns ténis all-star dos The Who, desconfia-se que para fazer pendant com a t-shirt dos The Who a que outro Naperão também dá uso regular. Que se saiba, nenhum d'Os Naperãos gosta dos The Who. Os Naperãos não são uma banda de trad-roque e fogem como o diabo da cruz dessa ideia. Os Naperãos por vezes dispensam a minha presença para tocar a minha música. Os Naperãos esperam ansiosamente a manhã de nevoeiro em que chegarão triunfalmente, e por esta ordem, D.Sebastião e o FMI. Os Naperãos não gostam de pessoas a olhar para eles enquanto tocam. Os Naperãos estiveram muito empenhados na campanha presidencial de Fernando Nobre até perceberem que ele não é "o gajo da EMI" e não lhes vai arranjar um contrato discográfico. Os Naperãos decidiram então votar Obama. Os Naperãos são uma boysband roque. Os Naperãos são Filipe da Graça, Didi e Nuno Pontes, e se amanhã à noite houvesse uma recriação da Segunda Guerra Mundial no Maxime, Os Naperãos soar-vos-iam como as V-1 alemãs mergulhando sobre Londres.