Todos os dias, Kim Jong-Il, desperta no seu esconderijo sumptuosamente decorado com os melhores padrões da swinging london e equipado com a mais moderna tecnologia que o dinheiro pôde comprar num leilão na MGM o ano passado. Escavado na rocha, junto a uma paradisíaca praia banhada pelo mar amarelo, é protegido por um enorme exército de duplos de cinema e um sofisticado sistema de mísseis de cartão em miniatura, que inexplicavelmente só conseguimos observar em close-up. Naturalmente, o acesso só é possível pelo lado do mar, por uma entrada que dispensa guardas porque as marés e as águas infestadas de tubarões, naqueles quatro metros quadrados, tratam disso. Todos os dias, depois de ver o The Searchers, o seu filme favorito por ser a cauboíada mais feelgood de sempre e que guarda carinhosamente numa caixa de cassete vhs made in taiwan, magistralmente adornada pela capa, contra-capa, e lombada que recortou de uma edição em segunda mão da TV Guia que mandou vir do miau, o querido líder googla a agenda das Nações Unidas, tentando antecipar o momento em que irão finalmente ceder e ligar-lhe em videoconferência onde ele poderá enfim confessar-lhes, com o Kids In America em altos berros por trás, que estava só a reinar.