quarta-feira, 13 de maio de 2009

É só engatar

No aquecimento antes da gravação de um xilofone que tem andado fugidio, o meu produtor, à beira do fratricídio, entoava uma melodia magnética. Palheta puxa palheta e quando se deu por isso, era ir desfilando as tablaturas no écran enquanto se tentava chegar pelo menos à porta da caverna donde Stephin Merritt gargareja todos as manhãs.
O mais extraordinário é que nunca aprendo a lição e de cada vez que passeio por esses campos, sou desarmado pela simplicidade de cada canção com o selo Merritt: engata-se três acordes simples, uma melodia irresistível, quatro versos carregados de humor mordaz e alguém que pressione o botão vermelho e redondo se faz favor.
Méritos à parte, quando não em agrupamentos cujo manifesto comporte palavras como suar, supurar ou menear, é deste modo que se pretende tricotar na intimidade de um quarto. Porque sempre que a insegurança do simples atacar, está lá esta pópe descomprometida para a aplacar.



p.s. - informação para os fãs mais morreduro, o xilofone foi gravado e o ep está definitivamente acabado (pela quarta vez este mês). Seguem-se misturas este fim de semana e a Zu trabalha afincadamente no grafismo da coisa.