segunda-feira, 11 de maio de 2009

Domingo no mundo

Edward Hopper "Sunday" (1926)

Desperto para me embrenhar no Falconer outra vez, e desta já nem Deus sabe porquê. Lá se foi a manhã. Tomo banho tarde demais, só para descobrir que não há almoço. Gravar o xilofone é menos apelativo que a final do Estoril Open e todo o aparato próprio da reportagem desportiva anual da revista Caras? Assimilado o ritmo do jogo, interrompe-se porque apesar de não estar muito bonito, o dia é lá fora. E o Blake vai ganhar em dois sets, já vi o que interessa. Na feira do livro, não há gelados à vista, come-se um churro que não se queria portanto. Porque é que este gajo nunca tem dinheiro com ele? Directos à Relógio D'Água, resquícios da excelente faina do ano anterior que não se repete. Pesca-se um Malcom Lowry, que se queria tanto como o churro, mas que vem por um euro. O Xandi está a ver sapateado um bocado mais abaixo da Assírio & Alvim. Café. Era o Michel que sapateava e eu devia conhecê-lo. Afinal há gelados. O irmão compra um livro, na esperança de lá encontrar fotogramas da juventude que anda de skate. Um vestido vermelho. Onde é que está o "pitching para tótós"? Há uma banca da Fnac, só falta... A Leya encarrega-se de trazer o que falta. Um francês sobre um alemão: "Um homem sem falhas, na obra tal como na sua existência". É um insulto que o alemão não merece, especialmente vindo de um francês. Emoções olímpicas antes da despedida em glória da comitiva de Carnaxide. Finalmente, o prometido vasculhar na Assírio. Que não dá em nada. De volta a casa. O Button ganhou a quarta em cinco. O Blake perdeu. Tenho de rever o The Trouble With Harry. Tenho de rever aquele Vermont de estúdio. Está um alentejano à minha porta com uma garrafa de Monte Velho numa mão e um veículo na outra, pronto a ir buscar frango. O estabelecimento brasileiro já não vende frango, só pizzas. O Tales aprecia deveras evacuar no mercado de Sapadores. Faz um amigo novo. Tenta mutilar o amigo novo. Filhos da Nação ecoa por todos os canais portugueses. A pizza não é má, nem o vinho. Nem a sobremesa. Estrelas do poker europeu. O alentejano sai, o irmão entra. Repete-se a sobremesa enquanto se vê juventude a andar de skate. Amanhã é dia de encher a geladeira. Assisto à estreia mundial de um blógue. Passagem rápida pelo maispeice. Erro crasso, há músicas novas no tocador d'Os Golpes e tenho de explicar a um iraniano irado e que sabe a cereja que afinal já não o vou ver hoje. Particular obsessão com Tarde Livre, Parte III. Conclui-se que isto é delicioso: "O sol a querer, o portão a fechar, e eu sem, uma bola para chutar". Inspirado, arregaça-se as mangas e ataca-se o condomínio privado vs. bairro de lata. O Falconer e uma lata com um índio estampado estão ali a olhar para mim.