sexta-feira, 15 de maio de 2009

Balões a encher

Um ensaio de duas horas, seguido de uma sessão de imperiais com o futuro presidente do núcleo de fãs do Alto de S.João, foi quanto bastou para começar a insuflar dois novos balões, Filipe da Graça, o profeta do beduínourbanocomumcheirinhoderoqueeneroleeoutrodemontreal, e a proto-banda do passado, (nome ainda em discussão), e a sua inovadora combinação de música e letras. Eu ia querer estar por perto quando eles rebentarem.
Entretanto, enquanto espero que o meu ep seja misturado, masterizado, atirado contra as paredes, insultado, olhado de lado e tudo o mais, vou-me apercebendo de novas flores a querer despontar no quintal. Esta, se tudo correr bem, vai ser a primeira cliente de uns prometidos concertos, de trazer por casa, por essa Lisboa fora. Chama-se Motim com Bounty e reza assim:

"Minha flor, há séculos que ando para te perguntar
Por essa marca no teu dedo anelar

Que teima em não se dissipar

Que só dá em amarelar


Quero que saibas que hoje escrevi uma canção pópe

Que me chegou como tu, despida e a galope

Não é sobre ti, é sobre um certo je ne sais quoi

Que não sei o que é, mas que está lá


Minha flor, há que tempos que me ando a questionar

Se meio corpo te chegará para brindar

Na marquise penduras a lingerie preta

E não dás ares a essa tal de Julieta


Já deves ter reparado que hoje escrevi uma canção pópe

Tal como tu, só precisa de um ou outro retoque

Não é sobre ti, é sobre aquele generoso chá

Que não sei de que é, mas que serves por lá


O motim alastrou-se

À travessa da água-da-flor

Mas continuas na graça do Senhor

Enquanto te lambuzas com o teu chocolate

É de cocô o teu chocolate"